7 de junho de 2011

O Livro da Cerveja

Organizador: Tim Hampson
Editora: Nova Terra

O Livro da Cerveja é uma das obras mais completas quando o assunto é avaliação de rótulos e cervejarias. São mais de 1.700 cervejas de aproximadamente 800 cervejarias diferentes espalhadas pelos cinco continentes, com ênfase para os principais países e regiões em variedade de marcas: EUA, Alemanha, Ilhas Britânicas, Bélgica e República Tcheca. O livro ainda inclui o mapa das cervejarias nessas regiões e algo muito legal pra quem gosta de viajar: na seção O caminho da cerveja, são apresentados roteiros de cervejarias artesanais de algumas cidades e regiões como: Oregon, Bamberg, Cotswolds, Bruxelas e Praga. A obra é extremamente bem ilustrada, com figuras de todas as cervejas, além de mapas, fotos e etc.. Também conta com informações básicas para quem deseja conhecer um pouco mais sobre as cervejarias, como endereços e websites.

Onde encontrar:
Data da pesquisa: 06/06/2011

6 de junho de 2011

Larousse da Cerveja


Autor: Ronaldo Morado
Editora: Larousse

O Larousse da Cerveja é um livro para se ter como consulta e oferece ao leitor um panorama bastante amplo do mundo cervejeiro, tocando em temas pouco explorados por livros escritos em português, como ambientes para consumo da bebida, características e propriedades dos estilos mais conhecidos, acessórios e serviços envolvidos e a cerveja na gastronomia. A obra também aborda outros temas como história, países produtores, matérias-primas, processos de fabricação, além de um capítulo dedicado à indústria cervejeira. Como todos os demais livros que abordam mais de um tema, este também não se aprofunda muito em nenhum deles. Como todo Larousse, é um livro muito bem ilustrado, o que torna a leitura intuitiva e agradável pela diversidade de imagens, gráficos e figuras.

Onde encontrar:
Data da pesquisa: 05/06/2011

5 de junho de 2011

Guia Ilustrado Zahar de Cerveja

Editado por: Michael Jackson
Editora: Zahar

Este foi o primeiro livro que compramos depois de decidir aprender um pouco mais sobre cerveja.  Possui uma linguagem bastante simples e convida o leitor a conhecer, através das inúmeras ilustrações, um pouco mais sobre a bebida mais popular do mundo. O autor percorre o mundo cervejeiro ensinando sobre história, matérias-primas, estilos de cerveja, como apreciar a bebida e principais nações e regiões produtoras, incluindo as principais marcas existentes. Cada uma delas é descrita com suas características, graduação alcoólica e copo adequado para sua apreciação. É um ótimo livro para quem está começando a aprender.

Michael Jackson é um dos maiores escritores sobre cerveja do mundo. Ele apresentou ao mundo as cervejas especiais belgas e ajudou a incentivar a revolução das microcervejarias norte-americanas. Jackson também publicou, entre outros livros, The Great Beer Guide e Whisky: the Definitive Guide. Ele já recebeu os prêmios Melhor Livro sobre Bebidas do Ano pelo James Beard Awards e André Simon e o troféu Glenfiddich.

Onde encontrar:

Data da pesquisa: 04/06/2011

    2 de junho de 2011

    História da Cerveja no Brasil

    Já contamos anteriormente como foi o começo da história da cerveja. Agora nesse post vamos falar um pouco de como essa bebida chegou ao Brasil.
    No Brasil a cerveja demorou a chegar, já que a Coroa Portuguesa temia que o consumo dessa bebida impactasse na venda do vinho, cujo único vendedor autorizado era a própria Coroa (eles não deixavam de explorar nada!!!). Ela chegou ao país em 1808, com a vinda da corte no mesmo ano. Conta-se que o rei adorava a bebida e não poderia ficar sem consumi-la. Deu-se então a abertura dos portos às nações amigas de Portugal e, desse forma, vieram as primeiras cervejas inglesas para o solo tupiniquim.
    No início do século XIX, a principal bebida alcoólica da colônia era a aguardente. Eram consumidos aqui também o licor francês e vinhos portugueses (povo abastado, não???). Além das bebidas, todos os demais produtos industrializados que existiam no país eram importados e, por esse motivo, a Coroa Portuguesa tomou medidas de incentivo à indústria nacional. Dom João autorizou a instalação de tecelagens, fábricas de vidro e pólvora, moinhos de trigo, fundições etc.
    Nessa época, a cerveja já era produzida no país, embora ainda de forma caseira, pelas famílias de imigrantes europeus. A população consumia a "Gengibirra", feita de farinha de milho, gengibre, casca de limão e água, ignorando claramente a Lei Alemã de Pureza da Cerveja, proclamada cerca de trezentos anos antes em um país de bárbaros
    Quando era possível, as Gengibirras eram envasadas nos vasilhames vazios de cervejas vindas da Inglaterra. Um fato curioso é que, durante a fermentação dessa bebida, a quantidade de gás carbônico produzida era tanta, que as rolhas voavam das garravas. Por esse motivo, amarravam barbantes, prendendo às rolhas aos gargalos, e esse é o motivo do nome "genérico" dado à cerveja brasileira nessa época: Cerveja Marca Barbante.
    Foi só após o meio do século XIX que as famílias de imigrantes começaram a empregar mão-de-obra (escravos e trabalhadores livres) na produção da cerveja no Brasil. Nessa época o Rio de Janeiro já tinha nível comparável com de cidades da Europa Central, formada por militares, profissionais liberais, empreendedores etc. Essa população buscava a bebida nos balcões das próprias cervejarias e as festas eram realizadas nas próprias fábricas.
    As cervejas inglesas dominaram o mercado nacional até perto do fim do século XIX. Nessa época as importações brasileiras cresceram, e cresceu também o apreço pela cerveja alemã, que vinha em garrafas encaixotadas, e com maior qualidade e durabilidade (graças a lei de 1516). Infelizmente a alegria alemã durou pouco, já que foram criados impostos para barrar as importações nos últimos anos do século, e o início do século XX foi marcado pela falta de cervejas importadas no mercado nacional. Surgem então as cervejarias nacionais, que será tema de um próximo post.
    Fontes:

    1 de junho de 2011

    A História da Levedura (Saccharomyces cerevisiae)

    A história da cerveja confunde-se, em muitos aspectos, à história da civilização. Os primeiros indícios da existência da bebida remetem a um período pouco posterior ao qual se acredita que o homem tenha deixado de ser nômade e se fixado na terra.

    A produção da bebida depende do desenvolvimento da agricultura e do cultivo de cereais. Durante aproximadamente 8 mil anos o hábito de produzir e beber cerveja se espalhou, popularizando-se por todo o mundo. Nos cantões chineses, passando pelo Egito, norte da Europa, mosteiros medievais até chegar ao Novo Mundo, a cerveja era consumida por todas as classes sociais, porém uma importante parte do processo cervejeiro não era compreendida e sua ocorrência era atribuída à mágica ou ao simplesmente ao divino: a Fermentação.



    Há milhares de anos atrás, sem a tecnologia necessária e conhecimentos dos processos de sanitização, era impossível compreender que as leveduras presentes no ambiente eram responsáveis pelo processo de conversão do açúcar presente no mosto em álcool e gás carbônico. Desta forma, os produtores de cerveja e vinho da antiguidade contavam com essas leveduras “selvagens” para produzir a bebida.

    Acredita-se que somente a partir do século XII, os cervejeiros começaram a reutilizar parte do mosto fermentado do lote de cerveja anterior para a fabricação do próximo lote iniciando, desta forma, o processo de domesticação das leveduras.


    A famosa Lei Alemã de Pureza da Cerveja de 1516, a Reinheitsgebot, determinava os únicos ingredientes que poderiam ser utilizados na produção da cerveja: água, cevada e lúpulo. A levedura não consta nessa lista porque à época sua existência ainda não era conhecida.

    Somente mais de 150 anos após a lei, em 1680, Anton van Leeuwenhock observou, através do microscópio, a presença do levedo (Saccharomyces cerevisiae). Curiosamente ele não se deu conta que se tratava de organismos vivos. Naquela época acreditava-se que a fermentação ocorria de forma espontânea e ocorria através do contato da bebida com o ar.


    Em 1789, Lavoisier descreveu a natureza química da fermentação como a conversão do açúcar em álcool e dióxido de carbono. Em meados do século XIX, Louis Pasteur descobriu que as leveduras eram organismos vivos. Quando este iniciou seu trabalho sobre fermentação, na década de 1860, a levedura era considerada parte da cerveja, mas não o agente causador do processo de fermentação.

    A teoria vigente ainda era a da “geração espontânea” desses organismos. Isso pode ser explicado, em parte, porque ainda não havia conhecimentos aprofundados sobre esterilização e se, durante uma experiência, cientistas acreditassem estar trabalhando em um meio esterilizado, mas esse mesmo meio ainda possuísse bactérias que se proliferassem, poder-se-ia concluir, erradamente, que tais microorganismos surgiram através da “geração espontânea”. Pasteur comprovou, através de sua experiência “pescoço de cisne”, que a fermentação não é espontânea e tampouco somente é necessário contato com o ar para que ela aconteça.


    A partir de então, muitas cervejarias passaram a investir no desenvolvimento de suas culturas de levedos. Em 1883, o laboratório de pesquisa da dinamarquesa Carlsberg, sob o comando de Emil Christian Hansen, isolou a primeira cepa de levedura lager, batizada de Saccharomyces carlsbergensis. Hansen desenvolveu algumas técnicas que ainda hoje são utilizadas em laboratórios por todo o mundo.

    Saccharomyces cerevisiae
    Classificação científica
    Domínio:
    Eukaryota
    Reino:
    Fungi
    Filo:
    Ascomycota
    Classe:
    Saccharomycetes
    Ordem:
    Saccharomycetales
    Família:
    Saccharomycetaceae
    Género:
    Saccharomyces
    Espécie:
    S. cerevisiae

    Fontes:
    • Livro: Yeast - The Practical Guide to Beer Fermentation
      • Chris White with Jamil Zainasheff
    • Wikipedia